quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Guinevere


(...) 'this is all woman's grief,
That she is woman, whose disloyal life
Hath wrought confusion in the Table Round
Which good King Arthur founded, years ago,
With signs and miracles and wonders, there
At Camelot, ere the coming of the Queen.'

Alfred, Lord Tennyson
'Guinevere', in "Idylls of the King"



Runa 1 - Berkano (A trepadeira) 


Do presente, dou o primeiro passo. Do velado, desvendo os desdobramentos, um a um, como pontos num bordado. Conheço o futuro sem vê-lo, apenas sinto o que não sei, o que nunca soube, nem me foi dito. As palavras se tornam inúteis para o futuro. O primeiro passo é dar-me a liberdade. Serei paciente. Serei sincera. Adivinhamos, sem ter nada que nos diga aonde ir, embora mostrem a direção. Nada sei, senão no momento. O que a noite esconde, só o dia revela. Quem sou para mim define o que será. 

29/01/2015 - 00h34


Runa 2 - Eihwaz (O teixo) 

Ponho-me a esperar. A espera exige uma longa ausência. Desço ao mais fundo do lago para subir lentamente. Navegar é uma espera. O crescimento, uma espera. A chuva, o sol, as árvores, as pedras, todos esperam. A espera me faz paciente. Um interlúdio. Persevero e sou prudente. Me acautelo. Me esquivo. Me guardo. O que eu fizer não poderá ser revertido. Como num jogo de damas, num xadrez, as peças são únicas e necessárias. Cada movimento, um passo decisivo. Se não sei, nada faço. Ajo somente quando não tiver mais de esperar.

29/01/2015 - 00h43



Runa 3 - Ehwaz (A mudança)

Tempo de mudança. Tenho uma missão. De amar e não mudar meu amor. Abrir meus braços para aquele que me escolheu. Aceitar esse destino, como se a terra se movimentasse apenas em sua direção. O que meus olhos veem, não é só o que sinto. Tudo se move até ele, e deve compreender esse amor. As flores terão mais cor por sua causa. As nuvens se dispersarão acima dele. Os jardins se cobrirão de relva úmida para o seu amor. Servirei e serei servida. Serei amiga e terei um amigo para quem cantarei as horas sem fim.

29/01/2015 - 00h52



Runa 4 - Fehu (A riqueza)

Derramo as sementes na terra, de onde colho os frutos. Planto a abundância do que me é dado todos os dias. Colho os flores e orno meus cabelos. Rego as plantas que nascem das sementes, as pequenas hastes que brotam da terra. O jardim é meu relicário. Romãs, maçãs, uvas, dálias, rosas e miosótis. O meu tesouro está onde o ponho. O amor semeado que vinga entre as raízes. Esparramo as pétalas desfolhadas. O húmus do solo fértil da minha ventura. Vejo em cada broto o que me trazem os dias. A chuva e o sol se irmanam. 

30/01/2015 - 20h39



Runa 5 - Thurisaz (Os espinhos)

Por trás da rosa, há os espinhos. É preciso tocá-la, sem me ferir. A palavra dita sem pensar, traz a resposta pontiaguda. Silencio, para não me magoar. Observo antes de dizer qualquer coisa. Meço o que digo para só ouvir o bem. O mal existe mesmo impressentido. Sorrio antes de falar. Minha voz não se altera. Meus ouvidos não doem. Meus olhos perscrutam. Minhas mãos tocam a suavidade das pétalas. Meu olfato aspira as essências. Sou jardineira dos meus dias. Tudo que faço deve ser medido. Nenhum gesto imprevisto. Caminho num chão de pedregulhos. E para que não me firam, caminho devagar. Como aos espinhos, para que não me atinjam.

30/01/2015 - 20h50



Runa 6 - Raidho (A carruagem)

Saio em viagem por um longo caminho. Vejo as árvores, o horizonte distante, as nuvens, o céu, a terra e os homens. Avanço por sendas que não conheço, sigo além de toda distância, para chegar a outro lugar desconhecido. Visito as estalagens, vejo os bosques que se alinham e espalham o verde até o infinito. Os riachos, os córregos, os rios, todos seguem na mesma direção. Tudo viaja comigo, mesmo sem se mover. As pedras me acompanham. Sou testemunha de sua existência e elas, da minha. Movo-me entre pontos equidistantes. Há estradas sem retorno e viagens sem volta. Este é um caminho que cruzarei apenas uma vez. 

 30/01/2015 - 20h58



Runa 7 - Gebo (A união)

A deusa do amor derrama seus raios sobre mim. Sou abençoada com um casamento. Dessa união, nascerá uma paz duradoura. Cessarão as guerras, as lutas, os conflitos, porque o amor falará mais alto. Camelot é meu destino. Nesse lugar de guerreiros bravios, um escudo me protegerá. Em sua Távola Redonda, será feita justiça. Arthur me desposará. Descobrirei o amor de um homem que não conheço, um rei que me aceitará como sou. Ainda menina, cabelos em trança, a coroa será colocada em minha cabeça. O que é amor senão a aceitação do futuro? O que for, descobriremos juntos. 

30/01/2015 - 21h08



Runa 8 - Urus (O crescimento)

Eis que o homem atinge sua idade de transformação. Atinge novos estágios dentro de si mesmo. Vemos o pássaro quebrar a casca e sair do ovo. Vemos a flor brotar e nascer o fruto. Vemos o menino se transformar em homem. Amadurecer. Torna-se grande, como é grande seu poder sobre o presente e o futuro. O menino que ele foi continua dentro dele, mas é símbolo do que ele é e do que ele mostra ao mundo. O menino se torna-se rei. O tempo molda-lhe o corpo e o rosto. E torna-se o rosto amado. Eis o príncipe que troca as vestes e enverga os novos trajes. E molda o seu ser. Amamos o homem desde o menino, como amamos a vida desde que surge. 

5/02/2015 - 22h59 


Runa 9 - Ansuz (A boca)

Dai-me bons conselhos. Dizei-me o que preciso saber. Ouço como menina e aprendo como mulher. A sabedoria que me conduz à paz. Dizei-me e atenderei. O novo, o antigo, o milenar, o que retorna, o que se refaz, o que começa, o que termina. Ciclo de auroras sobre meu leito. Ciclo de manhãs profundas, que se iniciam com a prontidão das árvores. Sou minha própria mestra. Aprendo e faço o que compreendo. O que me é dado saber, ensino aos mais novos. A criança que aprende os primeiros passos e caminha longas estradas. Para isso serve aprender. Para não cair pelos caminhos. Para não perder o rumo. Descobrir em novas sendas a verdade. Tudo se mistura e se separa, como o novo e o velho. Como o certo e o errado. Como o dia e a noite. Só as estrelas me mostram o caminho. Só o sol me mostra meu destino.

5/02/2015 - 23h08


Runa 10 - Kenaz (A tocha)

Os caminhos estão abertos. A sorte me guia para onde vou. O fogo criou o universo e aqueceu os homens. Ensinou a trazer a luz para as trevas e dissipar a noite. A luz na escuridão guia-nos para onde temos de ir. Todos os caminhos são longos. Envoltos pela noite, observamos. Temos carinho pelas feras que nos cercam. Esperamos amanhecer na claridade das chamas. Acende o fogo dentro de ti. Molda o barro com as mãos e leva o pote ao oleiro. Colherás a água com esse pote. Beberás dele. E o trarás contigo para que não te esqueças de onde vieste e o que fizeste. Perdoa-te por não saberes tudo. A mulher deve seguir seus próprios caminhos, guiada pela sua luz.

5/02/2015 - 23h16


Runa 11 - Wunjo (A alegria)

O trabalho traz alegria. Devoto-me ao jardim e colho doces frutos. Tudo que fazemos com amor, devolve o amor que demos. O amor nutre a semente e colhemos com abundância. Planto flores e árvores. Paciência para colher os frutos. Paciência para regar as flores. Tudo que requer trabalho é mais prazeroso. Fazer é o deleite da obra. A obra cresce com nossos cuidados. Minhas mãos bordam o contorno das flores. Desenham o horizonte e os rios. As montanhas se unem em meu olhar. Vejo tudo que fiz e sinto-me grata. Sou aquela que semeia e colhe. A mulher que faz e espera. Tudo tem seu tempo. Aprendo a ser a cada dia.

5/02/2015 - 23h26 




Runa 12 - Naudhiz (A necessidade)

A falta do que preciso me faz sofrer. O sofrimento molda meu espírito e me cura de meus males. Oro de manhã à noite para poder compreender. Meu sentimento de angústia não me abandona. O que sei, esqueço. o que lembro, me atormenta. Quantos dias precisarei para deixar meus desejos? Não quero depender do que desejo. Quero aquilo que me for dado. O que recebo é mais do que perdi. E o que peço parece nunca vir. Deixo minha vontade para depois. A necessidade me reduz à ruína. Não quero o que necessito. Quero apenas aquele que precisar de mim.

5/02/2015 - 23h36




Runa 13 - Jera (A colheita)

A força de Odin. Tudo que fazemos, volta. Tudo que plantamos, colhemos. O outono retorna com seus frutos e me ponho a guardá-los. Secar os frutos para comê-los depois. Fecha-se um ciclo e começa-se outro. Os resultados no devido tempo. Quem sou comecei a ser há muito tempo. Mas somente hoje pude colher, sorver a seiva que se instalou em mim, banhando-me o regaço com fartura. O que fiz antes volta agora como semente transformada. Sou aquilo em que me transformei, como fruto no alto da árvore. As maçãs, as romãs, as uvas debruçam-se sobre mim. E colho cada uma com a um filho. 

5/02/2015 - 23h43



Runa 14 - Perdhro (O oculto) 

Guardo um segredo que não sei revelar. O que vejo não me basta. Procuro sentidos para os caminhos que se abrem e se bifurcam, sem me dizer para onde seguir. As árvores se deitam sobre as estradas, e escondem o horizonte. Avançamos na neblina de nossas incertezas. Minha vida se abre lentamente como uma flor. Às vezes, voa rápida como um pássaro. Dá saltos como os cavalos. Esgueira-se como as serpentes. Volteia como os rios. O que ainda não sei se oculta. E o que procuro saber, descubro aos poucos. Um dia, saberei meus segredos. Aqueles que não sei dizer para mim.

5/02/2015 - 23h49



Runa 15 - Hagalaz (O granizo)

Um dia, despertamos diferentes. Percebemos que tudo mudou à nossa volta e permanecemos os mesmos. Temos de adquirir novos hábitos, pois o tempo agora é outro. A vida nos colhe em momentos inesperados. Dá-nos aquilo que não esperamos e nos toma o que tínhamos. É preciso recomeçar a todo instante. O destino pode mudar o curso de nossas vidas. Terminamos por fazer o que não esperávamos. Chegamos a lugares que não teríamos ido sozinhos. O impossível se dissolve. Vemo-nos capazes do que não supúnhamos ser. O ciclo termina e avançamos sobre os limites da noite e da aurora. Uma nova lua sobe no horizonte e, como órfãos, seguimos por uma trilha de ervas. 

8/02/2015 - 19h20



Runa 16 - Isa (O gelo)

Este é um tempo de espera. O chão coberto de neve faz a semente dormir. O gelo adormece o solo que espera a primavera. As pedras, as árvores, os rios se congelam. Um tempo de hiatos e gestos suspensos. O hálito transforma-se em fumaça. As horas passam lentamente no relógio de água. Goteja seus dias à espera do sol. A terra gira em sua esfera fria. As noites são mais longas, os dias mais lentos, os crepúsculos mais cinzentos. Os lobos se aquecem em cavernas e esperam para atacar. O gérmen do trigo repousa em sua longa dormência até brotar em grão. As aves, os peixes dormem. Tudo que existe espera que o gelo derreta. Aquecida pelo fogo, espero esse tempo passar.

8/02/2015 - 19h34 



Runa 17 - Elhaz (O alce)

Ajoelho-me e recebo as bênçãos. Oro junto ao altar do Graal. Que minhas preces sejam ouvidas e atendidas. Que minha espera não seja tão longa. Que minhas virtudes sejam perenes. Que eu possa fazer mais do que faço. Que eu possa receber mais do que peço. Que eu possa ser junto ao meu amado sua força e sua coragem. Que eu lhe dê o amor que sinto e sinta dele o seu amor. Que nossa troca seja o júbilo de toda a nossa vida. Que haja tempo e espaço para vivermos. Que seja eu a escolhida. Que ele seja o meu escolhido. Que possamos ter o amor como único alimento. Que o amor nos baste e baste a si mesmo. 

8/02/2015 - 19h40



Runa 18 - Tiwas (O deus Tyr)

Lancelot me protege com seus braços. É o amigo de todas as horas. Arthur me protege com seu amor. É o companheiro de todos os momentos. Entre um e outro, me sinto guardada. Um, por sua audácia. Outro, por seu destemor. O amor pode ter vários rostos e, em cada um, me reconheço. Este, por me aceitar como sou. Aquele, por me ver por si mesmo. A cada um, dou o meu amor. Ao primeiro, por me ser fiel. Ao segundo, por ser fiel a ele. Dar a um, nada tira do outro. E ambos são, para mim, lados do mesmo ser. O amor mais novo rejuvenesce. O amor mais velho me torna mais madura. Tornamo-nos mais sábias com o tempo. Mais ágeis. Menos exigentes. Mais maleáveis. Mais dóceis. Arthur me tem por seu mérito. Lancelot, por seu altruísmo. Não me separo deles em suas ausências. São meus braços quando me faltam, minhas pernas quando caminho. Sou, para eles, o que são para mim. Minhas duas metades, começo e fim. 

8/02/2015 - 19h52



Runa 19 - Laguz (A água)

A água é a fonte da vida. Da água, pesco os peixes. Com água, rego as plantas. Molho os cabelos e umedeço a face. Com água, lavo o corpo, que, submerso, nada livre. Os rios, os lagos, os charcos, os riachos inundam minha vida. A água brota das fontes, cai em forma de chuva e umedece os pastos. A água circula em meus pensamentos. Transforma-se em nuvem e passeia nos céus. A água nutre as plantas e enche os poços. Nas profundezas dos mares, jazem os náufragos e os navios. Ergo a taça em honra à minha vida, à vida de todos os homens e mulheres. Em água, diluo meus sofrimentos, minhas esperas. A um dia de tormenta, segue um dia brando. Nas gotas de orvalho, vejo o reflexo da minha alma. 

8/02/2015 - 20h05



Runa 20 - Sowilo (O sol)

Na luz, está minha vitória. Sigo invicta em meu caminho. Aquilo que me foi dado, eu retribuo. Dou o que recebo com fartura. Colho em abundância para distribuir entre todos. O que me dão, devolvo com ternura. O que me fazem, faço em dobro. O que planto, eu colho. O que tenho, devolvo. O que tiro para mim, triplico a quem me deu. O que me resta, semeio novamente. O sol é meu guia. Ilumina a minha vida. Torna tudo possível. Transforma a noite em dia. Dá luz às estrelas e me conduz adiante. A boa rega traz o bom fruto. A boa semente traz a boa árvore. O bom filho vem da boa mãe. E a mãe lhe é grata por seu amor. 

8/02/2015 - 20h11



Runa 21 - Mannaz (A humanidade)

Todos os seres buscam a felicidade. E nela está o seu propósito. Todos os seres buscam o amor. E nele está seu instrumento. O amor como instrumento da felicidade torna-a plena em todos os sentidos. O sentido do amor está na humanidade, para que seja completa e feliz. O inimigo não pode derrotá-lo. A cada tribulação, o ser se descobre completo. A cada dia, seus esforços são recompensados, por terminar mais um dia em paz. A luta começa pela manhã e acaba ao anoitecer. Com o sol se põem todos os medos. Tudo que é incerteza e indiferença. A manhã reúne os homens sob sua luz, que nasce sobre os justos e os injustos. Com sua clareza, purifica os espíritos, para que não tornem a errar. A cada dia, um homem se salva. E para cada gesto de grandeza, uma estrela nasce nos céus. 

8/02/2015 - 20h17



Runa 22 - Ingwas (A fertilidade)

As flores, como os frutos, nascem cada um em seu momento. O polen que as abelhas carregam de uma flor à outra, germina-as e produzem o mel. O mel dourado que unge as colmeias e adoça as mãos que as tocam. Os favos ficam gordos do mel que as abelhas produzem a cada estação. Mel de laranjeiras, macieiras, eucaliptos, cerejeiras. Engravidam a terra à sua volta com os pingos de seu trabalho. Retiramos as flores dos galhos e ornamos as cestas e jarros para alegrar nossa vista. A terra é fértil e nos dá em abundância sem precisarmos plantar. As flores nascem sozinhas, sem cuidados. Os frutos caem das árvores, maduros. A natureza toda se dá sem que peçamos. O que damos a ela em troca? Nossos filhos, eu penso. Os entes gestados em nossos ventres, como filhos que devolvemos à terra. Da terra os tiramos e à terra os devolvemos. 

8/02/2015 - 20h27



Runa 23 - Dagaz (O dia)

Mais um dia em nossas vidas. Que vida que não compreendemos? Em vez de uma sequência de horas, um fio de dias se estende ao infinito. Um colar de pérolas translúcidas como o ar que respiramos. O dia consome a sombra e a desfaz em mil facetas. A luz atravessa o cristal e multiplica seus raios coloridos. O furta-cor do dia. O arco-íris da esperança. A luz dispersa e imensa sob a abóbada divina. O céu que reflete o mar que o espelha. O azul extenso de toda a terra. O dia assemelha-se a um diamante. Tão belo que não se pode conter. Tão intocável que só pode ser visto. Toda luz cabe dentro de um olho. A luz refrata o diamante imenso. As mil tonalidades das cores abrem-se em leque sobre o céu. O dia foi abençoado. Antes que a noite caia novamente sobre a terra.

8/02/2015 - 20h36



Runa 24 - Othala (A ruptura)

Tudo que tem começo tem seu fim. O que foi feito, precisa terminar para dar lugar ao novo. O novo nasce das entranhas do velho. O dia acaba e vem a noite. A noite engendra um novo dia. A semente brota no escuro para dar vida a uma nova flor. O que acaba precisa ganhar nova vida. O que vai, volta. O que parte, deixa uma herança. Uma herança a ser repartida. Rompo com o passado, e ele se renova. Faço novos votos de fidelidade. Renovo minha promessa de lealdade. Torno-me digna de recebê-la mais uma vez. Toda vez que amanheço, ressurjo renovada. Deixo o que perdi e ganho um novo cetro, uma nova coroa, um novo reino. Recomeço de onde parei. Retomo o fio com que tecia meu vestido. Semeio novamente as mesmas flores para que tomem o lugar das primeiras. Serei nova onde já fui velha, serei outra onde já existi. Reconstruo a vida com novas raízes.

8/02/2015 - 20h43



Runa 25 - Wird (O destino)

Passado, presente e futuro, qual deles me guiará? Tudo que fiz à minha revelia foi-me revelado. Tudo que me tornei foi resultado de minhas ações e de minha paciência. A lei invisível é a lei do destino. Ela regula tudo sem ser escrita. Ela dita a vida dos homens. Ela sobrevém quando menos se espera. Odin traçou meu destino e eu o cumpri. Atendi seu desejo, tornando-o meu desejo. O que quis não foi maior que sua vontade. Eu não discuto com ele. Aonde tenha me guiado, eu o atendi. Sou um grão de areia na vontade de Odin. Sou pó de estrelas, uma partícula do imenso universo concebido por ele. Ele teceu minha cor e meu caminho. Por ele, fui capaz de amar e ser amada. Por ele, conheci o mundo e o mundo me conheceu. Deixei meu nome, para sempre, gravado: Guinevere. 

8/02/2015 - 20h50